Uma nova técnica de reciclagem de pilhas e baterias pode reduzir o
descarte desses materiais nos lixos e aterros das cidades e contribuir
para a diminuição da poluição ambiental. Uma equipe da Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG) criou um método simples e mais barato que
o convencional para reaproveitar os metais presentes em pilhas e
baterias, o que deve reavivar a discussão sobre a separação do lixo no
Brasil.
“Nosso objetivo é criar um novo jeito de
tratar qualquer tipo de pilha ou bateria”, afirma um dos coordenadores
do projeto, o engenheiro químico Marcelo Mansur, do Departamento de
Engenharia Metalúrgica e de Materiais da UFMG. Ele explica que existem
as pilhas primárias, como as de zinco-carbono e zinco-manganês, e as
baterias secundárias ou recarregáveis (como as usadas em telefones
celulares), que podem ser de níquel-cádmio, níquel metal-hidreto ou de
íons de lítio.
“Essas baterias têm composição química
metálica específica, logo, devem ser tratadas separadamente”, ressalta. E
acrescenta: “As de níquel-cádmio e as de níquel metal-hidreto eram as
mais utilizadas em celulares e hoje constituem grande parte do material
descartado, pois estão sendo substituídas pelas de íons lítio, mais
modernas e eficientes.”
O novo método de reciclagem, desenvolvido
por alunos da UFMG, consiste em retirar a carcaça metálica e de
plástico que envolve as pilhas e baterias – que são enviadas para
reaproveitamento – e dissolver os compostos metálicos presentes dentro
desses dispositivos em uma solução ácida – processo chamado de
lixiviação. Depois, os compostos são separados em função do tipo de
bateria tratada, para que metais como níquel, cobalto, zinco e manganês,
obtidos sob a forma de sais purificados, sejam reaproveitados.
Hoje em dia, há empresas responsáveis por
reciclar os metais residuais de pilhas e baterias usadas por grandes
corporações. No entanto, o método usual de eliminação dos resíduos é
caro. “As pilhas e baterias usadas são colocadas em fornos operados a
elevadas temperaturas, onde os metais são transformados em gases, que
depois são condensados”, conta Mansur.
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